quarta-feira, 19 de maio de 2010

A juventude e a velhice


A juventude não é uma fase da vida. É um estado de espírito, um reflexo de vontade, uma característica de imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória do valor sobre a timidez, um gosto de aventura sobre o amor à comodidade. 

Ninguém envelhece por haver vivido certo número de anos, mas porque desertou do ideal; o tempo enruga a pele enquanto que a renuncia do ideal encarquilha a alma. As preocupações, as dúvidas, os temores e as desesperanças são os inimigos que, lentamente, nos encurvam no sentido da terra, transformando-nos em pó antes que a morte nos abala.

Jovem é aquele que se encanta e se maravilha, repetindo a figura da criança em permanente interrogação. Jovem é aquele que desafia os acontecimentos e encontra alegria nos embates da vida. Posto em prova, galvanizava-se; os fracassos fazem-no mais forte e os triunfos fazem-no ainda melhor. 

Serás tão jovem quanto a tua fé e tão velho quanto a tua dúvida. Tão jovem quanto a confiança que possues em ti mesmo e tão velho quanto o teu desespero e o teu abatimento. Permanecerás jovem enquanto permaneceres generoso, enquanto sentires entusiasmo em dar algo de ti mesmo, pensamentos ou palavras. Permaneceras jovem enquanto a ação de dar te valer mais do que a de receber, dando-te, no entanto, a impressão de que continuas sempre devedor. Permanecerás jovem enquanto fores receptível a tudo quanto é belo, bom e grandioso: as mensagens da natureza, do homem e do infinito. 

E, se um dia, qualquer que seja a tua idade, sentires o coração mordido pelo pessimismo, torturado pelo egoísmo e roído pelo cinismo, que Deus então tenha piedade da tua alma porque nesse dia serás de verdade um velho.

Seja sempre uma criança genial!